- Filme: Salve Geral (Brasil, 2009)
- Direção: Sérgio Rezende
- Elenco: Andréa Beltrão, Denise Weinberg, Lee Thalor, Michel Gomes, Kiko Mascarenhas, Bruno Perillo, Júlio César, Taiguara Nazareth, Chris Couto
O filme de Sérgio Rezende, indicado pelo Brasil para concorrer ao Oscar de melhor filme em língua estrangeira em 2010, é um thriller de certa forma eficiente, que prende a atenção do espectador. Ele conta a história, acima de tudo, de uma mãe que faz de tudo (de tudo, mesmo) para ver o filho livre de uma tremenda enrascada, causada por uma megarrebelião que parou a maior cidade do país há três anos.
Uma professora de piano recém-viúva tem sua vida virada de cabeça para baixo ao ver seu único filho preso por ter cometido um homicídio. No afã de vê-lo livre, envolve-se com a advogada de bandidos membros da maior quadrilha de presídios do estado - ela, inclusive, torna-se uma grande amiga, até que isso não seja necessário. No final de semana do Dia das Mães, em maio de 2006, os presos são orquestrados a praticarem rebeliões nos presídios e atos de violência contra policiais nas ruas paulistas, em represália a transferências de seus líderes para prisões de segurança máxima. Por coincidência, o filho da professora tinha sido indultado naquele final de semana e acaba cooptado pelos bandidos a participar das ações. Cabe à protagonista tentar impedir uma tragédia.
Sabem qual foi a sensação que tive ao assistir a esse filme? A mesma de quando eu vi Última Parada 174: a de que fizeram um barulhão por pouca coisa. O que teve de gente acusando o filme de proteger a bandidagem não estava no gibi. Mas o fato é que depende de quem entendê-lo: a quadrilha que tomava conta dos presídios pretendia fazer um barulho ainda maior do que fez. Há certa dose de exagero em suas reivindicações e aspirações, lembrando regimes totalitaristas há muito enterrados. É fato que há corrupção na polícia, e também muita ingenuidade em vários comandantes, além de lutas entre bandidos em disputas de poder. Tudo isso é retratado no filme, o que em nada difere da vida real. Apesar de ser, em vários aspectos, ficção. Que virou clichê no cinema nacional, por sinal.
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