Desde que resolveram se arvorar como os mais novos inimigos de infância da civilização ocidental (se tornando, por tabela, os mais novos queridinhos dos mais variados setores de esquerda, por desafiar os Estados Unidos), os iranianos se tornaram os mais novos reis da cara-de-pau, na figura de seu presidente, o linha-duríssima Mahmoud Ahmadinejad - aquele mesmo que, sempre que pode, nega o Holocausto e propõe a destruição de Israel.
A recente libertação dos marinheiros britânicos acusados de espionar o país em suas águas territoriais - enquanto os ingleses garantem que estavam em águas iraquianas - que o Irã transformou em espetáculo de propaganda para as câmeras é só a ponta do iceberg, de um projeto que os aiatolás têm de tornar o seu país o mais influente do Oriente Médio. O apoio ao Hamas e ao Hezbollah, dois grupos terroristas que lutam contra os israelenses cometendo atentados, é outro "detalhe". Mas o que faz a megalomania iraniana beirar o patético é a tipicamente islâmica mania de perseguição.
Foi lançado nos cinemas de todo o mundo o filme 300, de Zack Snyder, adaptado do romance gráfico Os 300 de Esparta, em que um dos autores é o celebrado quadrinista Frank Miller. É uma visão dos autores da Batalha das Termópilas, em que trezentos espartanos, comandados pelo rei Leônidas (Gerard Butler), enfrentaram mais de cem mil persas, liderados pelo imperador Xerxes (Rodrigo Santoro). Uma visão fantástica e extremamente particular, diga-se. O tal Xerxes, no filme, tem modos afetados e cerca de três metros de altura, e costuma ser carregado num palanquim que mais parece um carro alegórico de escola de samba. Ou seja, algo que não deva ser levado a sério, em cirscuntância alguma. E não é que os caras de toalhinha na cabeça (copyright Patrícia M.) levaram?
Primeiro, o governo do país condenou o filme, dizendo considerá-lo "um complô que faz parte da guerra empreendida pelo inimigo" e acusando-o de deturpar a história, mostrando o grande imperador dos persas (dos quais os atuais iranianos descendem) como um fraco. Nesta semana, a embaixada do país em Brasília teve a sua vez de protestar contra a produção.
Onde entra a cara-de-pau nisso tudo? Na nota da embaixada, que diz que o filme "é uma ofensa a uma nação cujas características mais honrosas e gloriosas são a de ter escrito a primeira Declaração dos Direitos Humanos no mundo, ser uma nação pacifista (sic) e humanista (sic), que propaga o diálogo entre as civilizações e as culturas (!!!!!!)". Hipocrisia pouca é bobagem pra definir o teor dessa nota.
Eu assisti ao filme hoje à tarde. Pessoalmente, não achei nada de ofensivo em relação a choque cultural ou algo parecido. É cinema, só isso. Um bom filme, com cenas fortes e violentas, que estão a serviço do enredo e do roteiro. O resto é coisa de gente paranóica que não tem nada melhor pra fazer. E que precisa ser detida o mais rapidamente possível, ou será tarde demais.
2 comentários:
Bom, primeiro a explicacao: o termo cabeca-de-toalha eh do Janer Cristaldo, ahahahahaha. Gostei e uso-o por ai, porque eh engracado. Assim como o termo petralha eh do RA e ja se popularizou.
Depois, voce esta coberto de razao. Imagina se eles acham que aquele filme eh um absurdo, sendo somente um filme... Imagina o mundo sob o dominio iraniano (me recuso a chama-los de persas, porque os persas NAO eram muculmanos imbecilizados), e a gente sem nem poder se divertir no cinema... Tsc tsc tsc.
O filme é muito legal. O Xerxes está muito boiola e é possível que os caras tenham ficado ofendido por isso.
Mas se ficaram ofendidos com um desenho, se ofenderão com qualquer coisa. Rsrsrs
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