Pior que o crime em si ou a sensação de impunidade que suas conseqüências possam acarretar, é constatar que ainda há pessoas que incentivem a impunidade. Um exemplo disso é o pai de um dos jovens de famílias ricas (um deles, estudante de Direito) que surraram uma empregada doméstica na Barra da Tijuca, na madrugada de sábado para domingo, supostamente tendo-a confundido com uma prostituta (como se justificasse alguma coisa).
Esse "gênio" chamado Ludovico (pelo que se percebe, de genialidade inversamente proporcional à do personagem dos quadrinhos Disney) diz que essas "crianças", coitadinhas, têm que estudar e não podem ficar no mesmo ambiente de bandidos. E isso depois de dizer que, por ser mulher, ficou roxa com apenas uma encostada.
O que seria isso? Reinaldo Azevedo, ao se referir à invasão da USP por estudantes sem nada melhor pra fazer, disse que deveriam ser fornecidos sucrilhos e Toddynho aos invasores baby-face. Em relação à agressão de domingo, eu digo que é causada por excesso de Danoninho. Anos de mimo e liberdade exagerada aos pimpolhos, com direito a mesada de centenas de reais, TV por assinatura, Internet banda-larga e segurança particular quando sai do condomínio, costumam dar nisso. Agora, agüentem os mimadinhos. O pai reclamão e certo da impunidade parece ser um típico fornecedor do iogurte petit-suisse.
Continuo afirmando que isso é resultado da nossa legislação frouxa e arcaica. É urgente fazer mudanças, antes que algo ainda pior aconteça (e o pior é que já aconteceu, mas enfim...). A Humanidade regride nitidamente. E isso dá cada vez mais razão ao dito atribuído a Einstein, quando disse não fazer a menor idéia das armas que seriam usadas na Terceira Guerra Mundial. Só tinha a certeza de que a Quarta Guerra Mundial teria como armas paus e pedras.
Pra encerrar, deixo este texto de Aydano André Motta, que expressa com perfeição o que gostaríamos de dizer ao "fornecedor".
2 comentários:
Detestavel... E isso eh parte da "elite" brasileira. Com elites assim, nao sei onde vamos parar. Talvez no fundo do poco...
Minha torcida sincera para esses caras: que passem um bom tempo na prisao, em cela coletiva, so para aprenderem do que eh feita a justica carceraria. Nao custa torcer, ne...
eu vi isso aí, sei lá viu? nem falo nada...
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