Protestos de tibetanos contra a ocupação chinesa (que já dura 57 anos), nesta semana, chamam a atenção para um problema que, inexplicavelmente, virou tabu para grande parte do planeta. Desde 1951, quando a Revolução Cultural de Mao Tsetung ainda nem pensava em nascer (embora o regime maoísta já estivesse no poder desde a década anterior), o regime comunista da China oprime seguidamente a população e a cultura do Tibete (a ponto de querer nomear, por conta própria, o líder espiritual, imaginando ter poderes para definir quem é a reencarnação ou não), contando com a negligência mundial.
A índole pacífica de grande parte da população tibetana, ironicamente, acabou contribuindo para isso. Mas os monges budistas, as maiores vítimas da repressão chinesa, estão mostrando sinais de reação ao liderar os protestos. Tais manifestações mostram o ressentimento dos tibetanos com quase seis décadas de ocupação.
Pode-se pensar que tais protestos contra a ocupação chinesa no Tibete, realizados poucos meses antes das Olimpíadas de Pequim, representem uma estratégia para chamar a atenção mundial para o problema. Comprovado isso, a China se vê numa colossal sinuca de bico: não se permitirá reprimir violentamente as manifestações (como na Praça da Paz Celestial, em 1989), com medo de que haja boicotes em massa aos Jogos, como forma de protesto - já basta a polêmcia no caso das relações econômicas com o Sudão, por causa dos massacres em Darfur. Apenas conta com seu amplo poderio militar e seu imenso crescimento econômico, sedutores para qualquer parceiro ocidental, principalmente os Estados Unidos. Trata-se de um jogo de interesses com final imprevisível.
Um comentário:
O final, não sei, mas o meio deve permanecer o mesmo, afinal, não haverá pressão internacional pela liberação do Tibete... não com a China comprando bilhões do mundo e mantendo reservas gigantes em dólar.
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