A campanha eleitoral, como já escrevi aqui, é cheia de momentos peculiares, para não dizer hilariantes (a grande maioria deles, como sabem, oriundas do horário eleitoral - e olha que não estou falando das figuraças que querem se eleger a qualquer custo e costumam render excelentes momentos no YouTube). Aqui no Rio, por exemplo, há muitos deles.
Como, por exemplo, a guerra que o candidato do PDT à prefeitura do Rio, Paulo Ramos (que, pelo visto, entende bem do assunto e tem em quem se espelhar: pra quem não se lembra - eu, por exemplo, nem me lembrava disso - ele foi o deputado estadual que deu a medalha Tiradentes ao presidente venezuelano, Hugo Chavez, em janeiro do ano passado), parece ter declarado à imprensa, e às Organizações Globo em particular (pelo que parece, o deputado está louco para suprir a ausência de Leonel Brizola). Nesta semana, escrevi aqui que ele se recusa a aceitar os termos das emissoras de TV para realizações de debates no primeiro turno. Ou seja: assim como sua adversária Jandira Feghali (PCdoB), Ramos quer um "debate para todos", literalmente - todos os 12 candidatos, inclusive os dos PCOs e PCBs da vida. Pelo visto, só assim ele participa de um debate, visto que o PDT, hoje, não consegue de jeito nenhum ficar entre os primeiros na cidade do Rio. E haja paciência do eleitorado pra aturar um debate desses.
Uma coisa que percebi no programa eleitoral para vereador, aqui no Rio, foi a maciça aparição dos chamados "puxadores de legenda". Os candidatos mais fortes de cada minicoligação (aqueles que lançam candidatos para o Legislativo; quando juntos, apóiam um mesmo candidato de um cargo do Executivo) costumam aparecer duas ou mesmo três vezes, de forma alternada, no mesmo programa! Eu sei que é importante, para os partidos, lançar o seu candidato mais forte para que ele tenha mais chance de ganhar mais votos e eleger mais companheiros de partido. Mas que eles estão exagerando, estão...
Falando em exagero, encontrei pelas cidades da Região Metropolitana fluminense um candidato altamente improvável, que fracassou por onde passou e, pelo visto, tem tudo para fracassar de novo. Trata-se de Wagner "Halloween é o cacete" Vasconcelos, o Wagner do MV-Brasil (pra quem é de fora do Rio e não conhece a figura direito, leia este texto aqui para ter uma ligeira idéia). Uma amostra de sua trajetória político-eleitoral: em 2004, candidatou-se a vereador, na cidade do Rio de Janeiro, pelo PDT - e perdeu. Em 2006, candidatou-se a deputado federal pelo extinto PRONA - e perdeu de novo. Agora, neste ano de 2008, candidata-se novamente ao cargo de vereador, desta vez pelo PMN (pelo visto, fidelidade partidária não é muito o seu forte). Até aí, nada demais. O detalhe é que ele está se candidatando em... São Gonçalo!!! Um santinho de sua candidatura dá bem a mostra do que virá se ele conseguir ser eleito - basta ver quem o apóia. É a mostra definitiva da frase "Diga-me com quem você anda, que eu lhe direi quem é".
Mas, pelo menos, voltando à capital, há uma boa notícia. Ao contrário do que já tinha escrito aqui antes, o segundo turno entre Eduardo Paes (PMDB) e Marcelo Crivella (PRB) não está tão certo. Claro, continuo bancando a ida de Paes ao segundo turno. Mas Crivella, considerando-se as últimas pesquisas, está em queda livre, apesar do apoio velado do presidente Lula. Faltam duas semanas para as eleições, e a segunda vaga ainda está em aberto. Por mais que Jandira Feghali (PCdoB) esteja de olho, acredito que há grandes chances de Fernando Gabeira (PV) tascar esta vaga. A campanha do deputado federal é discreta, mas elegante, coerente e, afirmo, bem consistente. Um segundo turno entre Paes e Gabeira seria, para mim, o ideal para garantir um bom nível de campanha. Mas isso será decidido pelos eleitores cariocas, no dia 5 de outubro.
2 comentários:
Daniel, acompanho o Amenidades e Bobajadas desde que voc~es, do Globlog se linkaram ao papo de Arquibancada (que, aliás, anda paradão...).
Além de uns bons comentários seus que vi no Comunique-se (coisa rara pro lá, aliás...), deve dizer que é muito bacana esse blog - e o Contos Íntimos, também.
Siga assim,
Abs
Valeu, João.
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