26.10.08

AGORA, É TORCER



Numa apuração emocionante (a mais equilibrada de todos os tempos na capital fluminense, como eu já tinha previsto no texto ali embaixo, quando disse que o vencedor seria eleito com menos de 51% dos votos válidos), Eduardo Paes (PMDB) é o novo prefeito do Rio de Janeiro. Com 50,83% dos votos válidos (1.696.195), o candidato derrotou o deputado federal Fernando Gabeira (PV), que obteve 49,17% (1.640.970).

Agora, é o momento de torcer. Torcer para que a tão alardeada união entre as três esferas de governo (nacional, estadual e municipal) funcione e beneficie a cidade do Rio. Torcer para a cidade não virar uma festa de políticos dispostos a aparecer o tempo todo, deixando mais uma vez a população de lado. Torcer para que seja estancada a decadência política e econômica da cidade. Torcer, enfim, por um bom mandato (ao menos, digno) de Eduardo Paes...

Nas outras duas cidades fluminenses em que houve segundo turno, vitórias do PT (com Paulo Mustrangi em Petrópolis, derrotando Ronaldo Medeiros, do PSB, com 65,10%) e PMDB (com Rosinha Matheus em Campos, vencendo Arnaldo Vianna, do PDT, com 54,47%).

  • POR TODO O BRASIL, NADA DE SURPRESAS

Nas outras cidades brasileiras em que houve segundo turno, também não houve grandes reviravoltas. Em São Paulo, uma chuva de votos reelegeu Gilberto Kassab (DEM) prefeito, com 60,72%, derrotando a ex-prefeita Marta Suplicy (PT). Em Belo Horizonte, depois de uma reação espetacular nas pesquisas, as urnas consagraram o candidato de coalizão entre o governador tucano Aécio Neves e o prefeito petista Fernando Pimentel. Márcio Lacerda (PSB) é o novo prefeito da capital mineira, com 59,12%, ao vencer Leonardo Quintão (PMDB).

Em Salvador, João Henrique (PMDB) foi reeleito prefeito ao vencer Walter Pinheiro (PT), com 58,46% dos votos válidos. Outro reeleito foi José Fogaça (PMDB), com 58,95%, vencendo Maria do Rosário (PT).

  • DONDE SE CONCLUI QUE...

Em geral, nas capitais, os candidatos mais apoiados pelo governo federal não obtiveram muito êxito. Mesmo em cidades onde se saíram vitoriosos (como Rio e BH), os candidatos derrotados é que acabaram levando a fama. Isso propõe que a oposição tenha acabado de começar a construir uma fortaleza de reação para as eleições de 2010? Só o tempo dirá. O certo é que as próximas eleições podem ser imprevisíveis, mais uma vez - desta feita, em níveis nacionais.

Um comentário:

Anônimo disse...

O que se viu é uma tendência à reeleição ou à eleição do candidato apoiado pelo atual prefeito. Ora, isso longe de ser um golpe contra o Governo Lula, parece depor a favor. O eleitorado, em sua maioria, não faz uma distinção clara entre os níveis de governo. Assim, a satisfação tende a "contaminar" todos os níveis, levando o eleitor a votar no que "está dando certo". Não sei se é bom ou ruim, mas é isso aí.