Como costuma acontecer em todo segundo turno que se preze, há vezes em que campanhas eleitorais descambam para o baixo nível. Como ocorreu em São Paulo, em que o programa televisivo de Marta Suplicy (PT) insinuou algo acerca da sexualidade do seu adversário, o atual prefeito da cidade, Gilberto Kassab (DEM), perguntando se ele era casado ou tinha filhos.
Não é relevante se determinado político é hétero, homo, bi ou pansexual, ou mesmo assexuado, contanto que faça um bom governo e atenda aos interesses da população. O prefeito Kassab está na prefeitura há dois anos e meio (desde a renúncia de José Serra para se candidatar ao governo do estado, em 2006), com altas taxas de aprovação da população paulistana e, até agora, ninguém questionou a sexualidade do indivíduo. O irônico é que tal questionamento veio logo de alguém que sempre pregou o respeito às minorias, como a ex-prefeita e ex-ministra Marta Suplicy. Essa parte da campanha pegou tão mal que até os correligionários petistas a desaprovaram.
O pior para a candidata é que isso deverá ter o efeito contrário, acabando com as já poucas chances de eleição de Marta. Ela era vista, no primeiro turno, como a grande favorita para ganhar a primeira parte desta eleição, até por causa da divisão entre as candidaturas de Kassab e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Mas as coisas voltaram ao normal às vésperas do dia 5 de outubro, com o crescimento de Kassab e a sua conseqüente primeira colocação, à frente de Marta - donde se conclui que, se democratas e tucanos estivessem unidos desde o início (como o governador Serra queria desde o início, mas Alckmin bateu pé para se candidatar), o atual prefeito certamente teria levado a parada ainda no primeiro turno. Mas a reeleição de Kassab foi apenas adiada. Está na hora de os paulistanos mostrarem que não têm memória curta.
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