O anúncio do apoio do governador Sérgio Cabral Filho, do PMDB, ao deputado estadual Alessandro Molon (PT) para disputar a prefeitura do Rio é uma demonstração de que vale qualquer coisa para não perder o apoio federal - até mesmo abrir mão de seu partido ter candidatura própria. Pouco importa se a base governista está pulverizada nas eleições municipais no Rio - além de Molon (que precisa ser confirmado por seu partido), deverão disputar as eleições, reivindicando para si o apoio de Lula, o senador Marcelo Crivella (PRB) e a ex-deputada federal Jandira Feghali (PCdoB). O que é arriscado, pois o nome do deputado federal Fernando Gabeira (PV, apoiado por PSDB e PPS) começa a surgir com força. Pode até sobrar para a também deputada federal Solange Amaral (DEM), mesmo com o desgaste de seu padrinho político, o prefeito Cesar Maia.
O apoio de Cabral a Molon, sob as bênçãos de Lula e do presidente da ALERJ, Jorge Picciani, pode pôr fim a um impasse causado pelo bizarro acordo entre Maia e o presidente regional do PMDB, o ex-governador Anthony Garotinho (dois desafetos de longa data), que previa uma aliança entre os peemedebistas e o Democratas. Por outro lado, é uma desfeita com Eduardo Paes, convidado por Cabral a deixar o PSDB e ingressar-se no PMDB, exatamente para que pudesse concorrer ao Palácio da Cidade neste ano. Diria que Cabral deu em Paes um "créu" velocidade 13.
Mas isso tudo, acreditem, tem um lado bom. Possibilita que Eduardo Paes não saia do comando da Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer do estado do Rio. Verdade seja dita: ele está tendo um desempenho bem melhor que seu antecessor Francisco de Carvalho, vulgo Chiquinho da Mangueira. Se bem que isso não seria muito difícil de acontecer.
Um comentário:
Rapaz, o PSDB do Rio é uma lástima. Entendo a saída de Eduardo Paes. Mas ir para o PMDB é ter de sujeitar a todo tipo de crocodilagem!
Essa é a primeira vez que não há um favorito claro para a prefeitura do Rio.
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