O anúncio de que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, está em tratamento contra um câncer linfático pode virar de cabeça para baixo a sucessão presidencial, que começa a esquentar um ano e meio antes das eleições. Afinal, Dilma é vista pelo presidente Lula como o nome natural do PT para concorrer pela situação ao cargo de presidente da República, e seu nome começava a ganhar a aceitação de nomes do partido que estavam mais resistentes.
Dependendo do tipo de tratamento - felizmente, o linfoma foi descoberto em seu estágio inicial, num exame de rotina -, ele poderá ser rápido e não trazer grandes consequências (a previsão é de que a quimioterapia dure cerca de quatro meses, com boas chances de cura). Portanto, a pré-candidatura de Dilma segue normalmente. Melhor para a sucessão, visto que o nome da ministra é o único visto com relevância pelo atual governo para concorrer ao cargo máximo do país - os demais nomes não despertam grande confiança nem mesmo do próprio presidente. Outros têm o "defeito" de não serem do mesmo partido de Lula, que sequer imagina confiar a defesa do cargo a outra agremiação política, mesmo que seja a mais ardorosa integrante da base aliada.
Apesar da confiança no tratamento, há o risco de ser trilhado um caminho perigoso, o que faz com que um mero pretexto possa pôr tudo a perder. Que o pior não aconteça, por dois motivos: o humano, pois enfrentar uma doença como o câncer é sempre algo muito penoso a uma pessoa; e o eleitoral, porque já corre a boca pequena que, se a candidatura Dilma não for para a frente, políticos aliados irão tentar manobrar no Congresso para dar a possibilidade de um terceiro mandato a Lula. Aí, haja tráficos de influência e negociatas políticas, o que faria lembrar a época da aprovação da emenda da reeleição. Precedente aberto, os fatos daí em diante seriam imprevisíveis, e a democracia só teria a perder.
Um comentário:
Pode ser, pode ser... Mas com cancer ou sem cancer nao tenho a MENOR simpatia pela Dilma Machadao. Quero mais que ela se exploda, para te falar a verdade.
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