Os primeiros dias de Eduardo Paes como prefeito do Rio são bem significativos de um clichê tipicamente brasileiro: a disposição de um governante em início de mandato mostrar serviço sempre, apresentando-se como mais disposto que seu antecessor. Nem chegamos à primeira semana e já há a chamada "choque de ordem" tão prometida por Paes durante a sua campanha, assim como nos meses anteriores à posse, na última quinta-feira. Isso funcionaria em contraponto ao desleixo do ex-prefeito Cesar Maia, intensificado nos últimos meses de seu terceiro e último mandato.
Tudo muito bom, tudo muito bem, mas o importante é saber se tal disposição se manterá nos três anos, onze meses e três semanas seguintes do seu expediente no Palácio da Cidade ou se haverá o tradicional desgaste, tão frequente em ocupantes de cargos executivos no Brasil. Afinal de contas, esse tipo de coisa conhecemos muito bem - o governador Sérgio Cabral Filho que o diga: depois de um começo também "disposto a mostrar serviço", o desgaste veio mais cedo do que se imaginava.
Há a piada que diz que um cidadão reclamava de um poste que ficava aceso noite e dia e, portanto, ligaria à prefeitura para reclamar e exigir que alguma providência fosse tomada. Era final de ano e também de mandato municipal, e por isso um vizinho o desaconselhou a reclamar, pedindo-lhe para que esperasse o novo ano e a consequente posse do novo prefeito - assim, haveria mais chances de conserto do poste, visto que o novo ocupante do cargo estaria mais disposto a fazê-lo. Por essas e por outras, sempre fico com um pé atrás (se possível, os dois) com esses negócios de início de mandato. O novo ocupante sempre vem com novas ideias e novos ideais, mas a população tem que esperar o decorrer desses quatro anos para saber se eles irão funcionar. Por mais que cobrem providências, não se sabe se darão certo. Porque, se derem errado...
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