Está chegando o segundo turno das eleições presidenciais e, para mim, está cada vez mais claro que é uma campanha nivelada por baixo. Isso também tinha acontecido em 2006, mas desta vez ficou além do suportável. Nenhum dos candidatos à Presidência apresentou propostas convincentes ao longo da campanha, e no primeiro turno optei por Marina Silva (PV) por falta de opção melhor. Como a candidata verde não foi para o segundo turno, pela primeira vez votarei em candidatos diferentes para o mesmo cargo executivo, nos dois turnos. Já havia deixado no ar que, em caso de segundo turno entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), meu voto iria para o candidato tucano por uma questão de coerência: a maior experiência administrativa do ex-governador paulista seria uma garantia de que o governo seria conduzido de forma mais austera, ao passo de que a ex-ministra-chefe da Casa Civil não me convence como administradora nem há garantias de que não haverá radicalização no processo democrático nos próximos quatro anos.
Mas que ninguém afirme que coloco a mão no fogo pela oposição. Como eu disse, essa foi uma campanha de baixo nível, a pior nesse quesito desde 1989. Os candidatos perderam tempo demais com questões bobas, como religião e aborto, e deixaram de se aprofundar em assuntos mais relevantes para os interesses nacionais. Ganhe quem ganhar amanhã, de todo modo, o certo é que o próximo ocupante do Palácio do Planalto terá trabalho para governar, já que certamente será visto com ceticismo pela grande maioria da população brasileira, por mais paradoxal que isso possa parecer. Mas é como se estivéssemos dentro de um avião: temos que torcer para que o piloto esteja em boas condições de fazer a máquina voar.
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