28.10.10

E aí, Dona Cristina vai dar conta?


A morte do ex-presidente argentino Néstor Kirchner, mais do que um acontecimento infeliz para um país vizinho, abre uma interessante discussão: como será que a viúva e atual presidente Cristina Kirchner vai se virar sem a influência do marido, que mesmo fora do poder continuava dando as cartas?

Isso de certa forma lembra o que ocorria no estado do Rio, quando a governadora Rosinha Matheus (2003-2007) foi eleita graças ao nome do marido Anthony Garotinho (1999-2002), que renunciou ao cargo para concorrer à presidência da República. Como Garotinho não foi eleito presidente e Rosinha se elegeu governadora em 2002, o consorte ficou atuando nos bastidores durante os quatro anos de mandato da esposa. O mesmo pode ocorrer no Distrito Federal, caso Weslian Roriz (esposa de Joaquim Roriz) se eleja governadora este ano. Ou seja, a laranjice conjugal, com altas cargas de populismo barato, é rotineira por estas bandas sul-americanas - a única política eleita sem ajuda do esposo foi a ex-presidente chilena Michelle Bachelet.

Resta saber o que será da Argentina no futuro, já que Néstor Kirchner (que, quando presidente, tinha altos números de popularidade e abriu mão de uma reeleição certa para lançar a própria esposa como candidata a sua sucessão, em 2007) era visto como favorito para as eleições presidenciais de 2011. Tanto pode ocorrer um fortalecimento à presidente (conhecida por brigar com a imprensa local) de modo que ela não se mostre mais tão dependente do estilo do falecido marido, quanto a oposição pode lançar um nome qualquer que seja suficiente para ganhar a próxima eleição. De todo modo, o próximo ano promete ser, digamos, bem emocionante para os argentinos...

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