5.2.08

QUEM VAI GANHAR? NÃO FAÇO IDÉIA



Diferentemente do chatinho primeiro dia, o segundo dia do desfile das escolas de samba do Grupo Especial do Rio foi cheio de grandes momentos - mesmo porque, entre outros aspectos, São Pedro deu uma boa colaborada.

A primeira grande surpresa foi com a Mocidade, que tenta se recuperar de uma queda-livre (vem perdendo posições desde 2003). No ano passado, a verde-e-branco de Padre Miguel quase foi rebaixada - talvez por isso, seus componentes tenham vindo com tanta disposição de virar o jogo. Deu certo: com garra e beleza, a escola fez seu melhor desfile (o samba-enredo sobre as lendas que envolviam o rei Sebastião, de Portugal, ajudou) em muito tempo.

A Unidos da Tijuca confirmou a sua boa fase ao levar à Avenida seu enredo sobre coleções. Ainda com muitas influências da Era Paulo Barros, a escola do Borel fez uma apresentação animada que lhe dá esperanças de, enfim, abiscoitar o título.

A Imperatriz, pelo contrário, não conseguiu aproveitar o seu ótimo samba-enredo (o melhor do ano) sobre a relação de Dom João VI com todas as Marias de sua vida. Mais um desfile técnico de Rosa Magalhães a não conseguir empolgar nem seus componentes, apesar do luxo das alegorias. Um destaque positivo foi a volta da eterna rainha Luiza Brunet à frente da bateria.

A Vila Isabel vinha fazendo um desfile bonito e luxuoso (apesar do samba-enredo fraco) sobre os trabalhadores do Brasil, até que o último carro, com dificuldades de entrar na Avenida (abriu um buraco enorme que deverá prejudicar as notas de Evolução), pôs tudo a perder.

A Grande Rio, com seu enredo sobre a reserva de gás da cidade amazonense de Coari, não repetiu as boas atuações dos últimos anos. As alegorias e fantasias eram confusas e de difícil assimilação, e o enredo também não ajudava muito. Além disso, teve um problema semelhante ao da Vila Isabel, com dificuldades na entrada de um carro que abriu um buraco na Avenida.

Mas uma coisa é certa: mais uma vez, quem quiser ser campeã terá que, primeiramente, bater a Beija-Flor (foto). A escola de Nilópolis novamente fez um desfile tecnicamente perfeito, homenageando a cidade de Macapá. Alegorias e fantasias luxuosas e a animação da comunidade nilopolitana deram o tom da apresentação.

Mas não faço a menor idéia de quem será a campeã. As suspeitas que pairaram sobre o resultado do Carnaval no ano passado, em que a Beija foi campeã, podem influenciar na decisão dos jurados. O desfile de segunda-feira foi muito superior ao de domingo, mas este também teve bons momentos. Aposto na Beija-Flor, no Salgueiro ou na Viradouro, com Unidos da Tijuca, Vila Isabel e Mocidade correndo por fora.

Nenhum comentário: