4.2.08

UM PRIMEIRO DIA MODORRENTO



É impressão minha ou os carros alegóricos do Grupo Especial deste ano estão bem menores do que no ano passado? Tive essa impressão ao assistir ao primeiro dia do desfile das escolas de samba da elite do Carnaval carioca, nesta madrugada. Além disso, as seis agremiações pareciam estar num desânimo só, com poucas justificativas para lutar pelo título, apesar de alguns bons momentos.

A São Clemente abriu o desfile contando, com seu tradicional bom humor, a história da chegada da Família Real portuguesa ao Brasil, há 200 anos. A escola de Botafogo defendeu com garra o seu enredo, e tem esperanças de permanecer entre as grandes.

A Porto da Pedra, de São Gonçalo, homenageou o centenário da imigração japonesa no Brasil com um desfile que não chegou a empolgar, mas que também contou com o humor em suas alegorias. Como o esperado, o desfile contou com muitos integrantes da comunidade nipônica.

O Salgueiro protagonizou o primeiro desfile mais animado da noite. Cantando o espírito carioca em seu enredo, a vermelho-e-branco da Tijuca contou com alegorias ensolaradas e uma bateria competente. Mesmo com um tema recorrente no Carnaval, a escola deu bem o seu recado.

Mesmo com um enredo politicamente correto demais - o aquecimento global e os cuidados que o Homem tem que tomar com a Natureza -, a Portela fez um desfile muito bonito e animado, cheio de garra e beleza, de forma multicolorida, sem deixar o azul e branco de lado. Na minha opinião, o melhor desfile do domingo.

O mesmo não se pode dizer da Mangueira, que começou bem, mas foi se arrastando aos poucos, no desfile em que (com um ano de atraso) homenageou o centenário do frevo. Talvez a comunidade mangueirense tenha sentido um pouco - apesar dos esforços para reverter a situação - a sucessão de escândalos de que sua escola foi alvo, nos meses que antecederam o Carnaval, inclusive com um dos maiores chefes do tráfico do morro sendo um dos compositores do samba-enredo deste ano.

A Viradouro novamente contou com a criatividade de Paulo Barros para levar à Avenida um enredo sobre o arrepio, para o Bem e para o Mal. E o fez de forma a surpreender quem assistia ao desfile, inclusive com direito a foliões "degolados", baratas gigantes e um protesto contra a proibição ao carro que fazia alusão ao Holocausto (foto). De certa forma, um desfile original. Só resta saber o que os jurados vão achar.

Amanhã, escreverei sobre o segundo dia.

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